04/07/2012

Exército posiciona mísseis para abater ameaças ao Riocentro


Canhões podem atingir alvo a até 3 km de altitude e 4 km de distância.
Ordem para derrubar inimigos ou aeronaves suspeitas parte da presidente.


Soldados posicionam míssel nesta quinta-feira (14) para proteger  região do Riocentro (Foto: (Foto: Brigada de Artilharia Antiaérea/Divulgação))
Soldados da Brigada de Artilharia Antiaérea, em foto divulgada nesta quinta pelo Exército

o general diz que 300 militares especializados estão trabalhando desde o início da semana para “fazer frente a qualquer tipo de ameaça que tenha a intenção de atacar aquele lugar”.


Entre o armamento disponível estão canhões Oerlikon e Fila/Bofors de 40 mm, além de mísseis portáteis russos Igla, capazes de destruir aviões ou helicópteros com apenas um disparo. A quantidade de armas e misseis disponíveis não foi divulgada. Cada míssil custa cerca de US$ 80 mil (R$ 165.600).

“Estaremos em locais estratégicos e de forma mais discreta possível, para que possamos camuflar nosso dispositivo. Não há a necessidade das pessoas ou de possíveis inimigos saberem ou identificarem nossas posições”, acrescenta o general, em entrevista ao G1.
Tanto os misseis como os canhões são utilizados para alvos de baixa altitude (até 3.000 m) e a até 4 km de distância. Os misseis são do tipo “atira e esquece” - guiados por atração infravermelha e obedecem a uma programação de um software e sincronizado com o movimento do alvo no radar.
Entre 8 e 23 de junho, o espaço aéreo sobre o Riocentro estará bloqueado pelo Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra). Apenas aeronaves previamente autorizadas podem passar pelo local, como aviões e helicópteros militares, de segurança pública e de serviços médicos.
A altitude controlada e bloqueada na região é ilimitada. A partir do dia 8, o cerco compreende uma área de 1 km ao redor do Riocentro. A partir do dia 16, o limite é expandido para um círculo de 4 km, segundo o Departamento de Controle do Espaço Aéreo.
 
canhao (Foto: Brigada de Artilharia Antiaérea/Divulgação)Um dos canhões que será usado para abater aviões
suspeitos. Arma não ficará visível ao público
(Foto: Brigada de Artilharia Antiaérea/Divulgação)
Hipóteses de ataques
Entre as hipóteses para o disparo de um míssil, estão a invasão do espaço aéreo de aeronaves militares não autorizadas, helicópteros, aviões de ataque ou sequestrados e até drones (aeronaves remotamente tripuladas), que possam estar equipados com armas ou sistemas de monitoramento e inteligência, como rádio, câmeras ou envio de informações não autorizadas.

Questionado sobre se um avião for sequestrado por terroristas algum dos aeroportos do Rio de Janeiro com o objetivo de ser jogado contra o Rio Centro, o general disse que a decisão de abatê-lo seria da presidente Dilma Rousseff.

“São vários tipos de ameaças que podem acontecer, como aeronaves que podem entrar ilegalmente naquela área. Pela lei brasileira, quem decide o abate da aeronave é a Presidência da República ou a quem ela delegar a responsabilidade. Ela é quem tem a decisão, efetivamente, de mandar fazer o disparo ou não. Se formos atuar sobre uma aeronave, a ordem parte da Presidência”, explica.
Acima da altitude de 3.000 m, a responsabilidade de abater ou conter possíveis ameaças será de caças da Força Aérea Brasileira, que também estarão posicionados para interceptar aeronaves que se aproximarem do Riocentro.
Arte espaço aéreo da Rio+20 (Foto: Arte/G1)

Exército explora área na fronteira onde 'nunca havia pisado antes'



Durante 13 dias, soldados mapearam trecho perto de Suriname e Guiana.
Tropa descobriu garimpos, pistas clandestinas, tráfico de animais e trilhas.


rio anamu amazonia (Foto: Força 3/Divulgação)Região do rio Anamu, na fronteira do Pará com 
Suriname e Guiana, foi vasculhada pelos militares
(Foto: Força 3/Divulgação)
Militares brasileiros realizaram pela primeira vez o reconhecimento de uma área na fronteira do Brasil com o Suriname e a Guiana considerada até então desconhecida pelos órgãos públicos.

Segundo o general Eduardo Villas Bôas, comandante militar da Amazônia, o levantamento ocorreu devido ao "grande desconhecimento" da região ao norte do Rio Trombetas, no Pará, e na tríplice fronteira.

“É uma área de difícil acesso, com rios cheios de cachoeiras, não navegáveis, grande vazio populacional e mata fechada. Considerávamos uma região de sombra, que nunca havíamos pisado antes, pois não tem como chegar lá por estradas, embarcações ou aeronaves", disse o 
Mapa (Foto: Editoria de Arte/G1)
"Por isso, determinei que uma tropa especializada fosse esmiuçar a mata e coletar informações”, acrescentou.

Durante a operação, realizada neste mês, 16 integrantes da Força 3 - unidade formada por Comandos e Forças Especiais (a tropa de elite do Exército) e baseada em Manaus (AM) - ficaram 13 dias na floresta amazônica.

A missão era mapear tribos isoladas, garimpos ilegais, pistas clandestinas e outros crimes transfronteiriços, de acordo com o comandante da Força 3, tenente-coronel André Lúcio Ricardo Couto.

A ação começou a partir do pelotão de fronteira de Tiriós, localizado a 12 km da divisa do Pará com o Suriname. A partir dali, os soldados seguiram de helicóptero até dois pontos fictícios próximos aos rios Curiau e Cafuni, que ingressam no Brasil a partir do Suriname e da Guiana e, no Pará, formam o Rio Trombetas.

As coordenadas exatas não são divulgadas por questões estratégicas, pois nos locais o Exército pretende implantar futuramente novos pelotões de fronteira.

No total, a área percorrida tem 400 quilômetros de extensão na fronteira do Pará com Suriname e Guiana, segundo o coronel André Lúcio. “Em localidades que imagens de satélite e mapas apontavam como sendo habitadas por tribos, não encontramos nada. Também descobrimos pequenas pistas de pouso próximas a terras indígenas, que podem ser usadas por garimpeiros”, disse.
força 3 amazÕnia (Foto: Força 3/Divulgação)Militares brasileiros chegam a comunidades indígenas
e localizam trilhas clandestinas na fronteira com
Guiana e Suriname (Foto: Força 3/Divulgação)
Ao localizar pequenos grupos de indígenas, os militares desciam de rapel na mata e passavam alguns dias na localidade coletando dados.

Foram descobertos pontos de tráfico ilícito de dois pássaros silvestres - curió e bicudo - e duas trilhas clandestinas que levam brasileiros para o trabalho ilegal em minas do lado surinamês, uma delas cruzando terras indígenas.

Duas aldeias, do outro lado da fronteira, são a porta de entrada para os garimpeiros – uma maior, a cinco dias da linha que separa os dois países, e outra menor, a apenas seis horas de caminhada do Brasil.
força 3 amazÕnia (Foto: Força 3/Divulgação)
Os dados coletados pela tropa serão compilados em um relatório que será repassado para diversos órgãos públicos, como Funai (Fundação nacional do Índio) e Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), que têm interesse em saber o que ocorre na área, informou o general Villas Bôas.

O envio dos militares da Força 3 à área inóspita ocorreu durante a Operação Ágata 4, que reuniu mais de 8,5 mil militares para reprimir crimes nas fronteiras de Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.
Na região de Tiriós, entre Pará e o Suriname, militares realizaram operações em terra e no ar em busca de terras indígenas e crimes na fronteira (Foto: Força 3/Divulgação)

Exército leva tropas e blindados para a Argentina em simulação de guerra

Ação prevê que Brasil socorra Argentina em possível invasão, diz general.

Em treinamento, Exército Vermelho ataca Força Azul, que contra-ataca.

O Exército brasileiro enviou para a Argentina 260 militares e 84 veículos, entre eles diversos blindados, para realizar um treinamento que simula uma guerra real no país vizinho. Segundo o general Sergio Etchegoyen, a operação “simula uma agressão sofrida pela Argentina em que o Brasil a socorre devido a acordos internacionais”.
argentina exército brasil operação guarani (Foto: Comando Militar do Sul/Divulgação)Militares brasileiros vão à Argentina para exercício que simula apoio em possível invasão do território argentino (Foto: Comando Militar do Sul/Divulgação)
“O Congresso argentino autorizou a entrada de tropas e blindados brasileiros no território deles, assim como o nosso país autorizou a operação conjunta. É um exercício regular que tem como objetivo desenvolver a capacidade de trabalharmos em conjunto”, diz o general ao G1.
 

argentina exército brasil operação guarani (Foto: Comando Militar do Sul/Divulgação)
A Operação Guarani, como foi denominada, começou no domingo (24), quando as tropas, armas e veículos do Exército brasileiro começaram a atravessar a Ponte da Integração, que liga a cidade gaúcha de São Borja a São Tomé, na Argentina.

Mais de 1.100 militares e 210 carros dos dois países participam do reinamento, que ocorre na cidade Argentina de Apóstoles até o próximo sábado, 30 de junho. O ambiente em que o treinamento é realizado simula uma guerra convencional – país contra país.

O general negou que a ação tenha relação ao questionado argentino de soberania das ilhas Malvinas, arquipélago britânico em disputa desde 1982, quando Argentina e Inglaterra travaram uma guerra pela posse do território.
 
“A disputa pelas Malvinas tem 30 anos e o exercício não tem nenhuma relação com isso, foi marcado há algum tempo”, disse Etchegoyen.

Exército Vermelho x Força Azul
Os soldados brasileiros da 1ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, sediada em Santiago (RS) e da Brigada de Infantaria de Monte XII, da Argentina, formam a Força Azul (ou Partido Azul), que tem como oponente fictício o Exército vermelho.

No exercício, os soldados do Exército Vermelho atacam os militares do Partido Azul, que são obrigados a recuar, perdendo terreno mas ganhando tempo, buscando cansar o inimigo.
Os militares azuis têm como objetivo é atrasar o adversário, para que suas tropas tenham tempo para reunir mais homens e contra-atacar, recuperando a área perdida inicialmente pelo invasor.